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segunda-feira, 31 de março de 2014
segunda-feira, 24 de março de 2014
Eu estou bem
Bateu saudade
Achei que era amor de verdade
Mudei a cor do cabelo e te chamei pra sair
Mas você demorou pra chegar e eu pedi um açaí
Sentou um cara do meu lado, perguntou se o lugar tava ocupado
Disse que não, então ele pegou na minha mão
Falou: “Menina, para de chorar. Se fosse amor, ele estaria aqui pra te curar”
Descobri que era amor próprio
A saudade era de mim
O cara perguntou se eu tava bem
E enfim pude dizer que sim.
Texto de Giovanna Ferrarezi.
terça-feira, 11 de março de 2014
Esquinas esquecidas
Foi naquela esquina ali, moço. Ele foi embora e nunca mais voltou. Eu fiquei, recolhendo os cacos do que sobrou de nós dois, porque não sou de deixar lixo no chão. E nossa história morreu ali, pra nunca mais. Duas ou três pessoas estavam na rua e serviram de público do nosso espetáculo final, mas não houve aplausos porque a encenação deixou a desejar. Não houve gritos, choros, raiva, nem nada disso que casais fazem quando brigam. Aliás, a gente não brigou, só deixou de se amar. E acho que isso dói mais que qualquer grito.
Mas se eu pudesse te contar só um segredo, eu diria que volto lá uma vez por ano para ver se encontro. Pra ver se o amor se multiplicou. Se caiu perto de uma poça d’água e sobreviveu. Sei lá, qualquer coisa. É que uma partezinha de mim ainda acha que nossos caminhos vão se cruzar e coisa e tal. Uma parte de mim acha que qualquer dia eu esbarro com ele na mesma esquina. E a gente se abraça e esquece tudo.
É culpa da quantidade de desenhos de príncipes e princesas que eu vi na infância, moço. Mesmo depois de tanto tempo, mesmo depois de tanta decepção, eu ainda espero o final feliz. Acho que tudo é uma questão de querer ter controle da minha história, sabe? Eu não aceito que uma coisa que eu queria tanto não conseguiu acontecer.
Mas me diz. Você, que vive por aí sem se agarrar a nada, já esbarrou com ele pelo mundo? Tá bem? Saudável? Inteiro? Meu maior medo, moço, sempre foi que ele quebrasse. Que não aguentasse. Que ficasse partido de novo, em pedacinhos, como no dia em que a gente acabou. E acho que é um pouco por isso que eu nunca fui atrás: chega uma hora em que a gente não quer ver quem a gente gosta sofrendo.
Eu sofri, moço. Mas também fiz sofrer e admito. É que todo mundo erra, e ama errado porque não sabe direito como é amar. E fala besteira. E não dá carinho quando devia. E tem dia que queria só ficar sozinho. Todo mundo, moço. E eu não sou perfeita. E naquele dia, quando ele foi embora daquela esquina, eu gritei pra ele nunca mais voltar. E ele não voltou, moço.
Nem sei porque tô te contando tudo isso, é que hoje eu sonhei com ele. E passei por aqui e vi aquela esquina. E meu passado voltou com tudo e me deu um murro no estômago. E eu tive que aceitar as escolhas que fiz e que deixei que fizessem por mim. E aí doeu de novo, doeu muito. Mas agora, moço, agora a vida continua. E eu vou pra outras esquinas, ver se o amor fugiu para alguma delas. Ver se encontrou um novo dono. Qualquer coisa. Porque é assim que a vida é. Não é, moço?
Texto de Karine Rosa.
Mas se eu pudesse te contar só um segredo, eu diria que volto lá uma vez por ano para ver se encontro. Pra ver se o amor se multiplicou. Se caiu perto de uma poça d’água e sobreviveu. Sei lá, qualquer coisa. É que uma partezinha de mim ainda acha que nossos caminhos vão se cruzar e coisa e tal. Uma parte de mim acha que qualquer dia eu esbarro com ele na mesma esquina. E a gente se abraça e esquece tudo.
É culpa da quantidade de desenhos de príncipes e princesas que eu vi na infância, moço. Mesmo depois de tanto tempo, mesmo depois de tanta decepção, eu ainda espero o final feliz. Acho que tudo é uma questão de querer ter controle da minha história, sabe? Eu não aceito que uma coisa que eu queria tanto não conseguiu acontecer.
Mas me diz. Você, que vive por aí sem se agarrar a nada, já esbarrou com ele pelo mundo? Tá bem? Saudável? Inteiro? Meu maior medo, moço, sempre foi que ele quebrasse. Que não aguentasse. Que ficasse partido de novo, em pedacinhos, como no dia em que a gente acabou. E acho que é um pouco por isso que eu nunca fui atrás: chega uma hora em que a gente não quer ver quem a gente gosta sofrendo.
Eu sofri, moço. Mas também fiz sofrer e admito. É que todo mundo erra, e ama errado porque não sabe direito como é amar. E fala besteira. E não dá carinho quando devia. E tem dia que queria só ficar sozinho. Todo mundo, moço. E eu não sou perfeita. E naquele dia, quando ele foi embora daquela esquina, eu gritei pra ele nunca mais voltar. E ele não voltou, moço.
Nem sei porque tô te contando tudo isso, é que hoje eu sonhei com ele. E passei por aqui e vi aquela esquina. E meu passado voltou com tudo e me deu um murro no estômago. E eu tive que aceitar as escolhas que fiz e que deixei que fizessem por mim. E aí doeu de novo, doeu muito. Mas agora, moço, agora a vida continua. E eu vou pra outras esquinas, ver se o amor fugiu para alguma delas. Ver se encontrou um novo dono. Qualquer coisa. Porque é assim que a vida é. Não é, moço?
Texto de Karine Rosa.
quarta-feira, 5 de março de 2014
Que tal?
Perdi-me na tua boca carnuda e agora não acho o caminho de volta, tu vem com a língua descontrolada percorrendo o meu céu da boca e está um dia lindo. Um dia lindo pra gente se encaixar em cima da cama sem lençol.
É que tu viestes pra minha casa quase sem roupa, como eu poderia perder esta oportunidade? A camiseta maior que o corpo e o cabelo solto sem ver uma escova... Mas tu és uma mulher rara que precisa de coleira pra não fugir, tu és incansável e curte bebida em taça cara e petiscos nobres. Que tal eu te beliscar e tu delirar?
Eu roubei o teu primeiro beijo, peço o segundo, te cobro o terceiro e te convenço a ir ao quarto. E logo em seguida ir ao quarto daquele da cama desarrumada. Tu dá risada forçada e vejo que não és mulher da vida que topa qualquer parada. Tu és mulher de colcha na cama e com almofadas pra enfeitar, mas após a segunda dose vem tirando a camiseta com o sorriso largo e mostra o porquê que as mulheres vieram ao mundo. Eu eu acompanho o teu sorriso e sorrio, mas com os olhos grudados em teus seios. Perdoe-me, mas fui obrigado a cair em cima. Deixe-me cair na tentação e ao invés de pedir o segundo, roubo-o que nem o primeiro. Afoguei-me no teu prazer e não quero subir para respirar. Menina que virou mulher que agora é mulher, tu me deixa louco e dizer bobagens impensáveis.
Não me olha desse jeito não! Para amanhã sentir saudade e sacanagem que tu fazes.
É que tu viestes pra minha casa quase sem roupa, como eu poderia perder esta oportunidade? A camiseta maior que o corpo e o cabelo solto sem ver uma escova... Mas tu és uma mulher rara que precisa de coleira pra não fugir, tu és incansável e curte bebida em taça cara e petiscos nobres. Que tal eu te beliscar e tu delirar?
Eu roubei o teu primeiro beijo, peço o segundo, te cobro o terceiro e te convenço a ir ao quarto. E logo em seguida ir ao quarto daquele da cama desarrumada. Tu dá risada forçada e vejo que não és mulher da vida que topa qualquer parada. Tu és mulher de colcha na cama e com almofadas pra enfeitar, mas após a segunda dose vem tirando a camiseta com o sorriso largo e mostra o porquê que as mulheres vieram ao mundo. Eu eu acompanho o teu sorriso e sorrio, mas com os olhos grudados em teus seios. Perdoe-me, mas fui obrigado a cair em cima. Deixe-me cair na tentação e ao invés de pedir o segundo, roubo-o que nem o primeiro. Afoguei-me no teu prazer e não quero subir para respirar. Menina que virou mulher que agora é mulher, tu me deixa louco e dizer bobagens impensáveis.
Não me olha desse jeito não! Para amanhã sentir saudade e sacanagem que tu fazes.
Entre as veias cavas
A tempestade que chega é a cor dos teus olhos castanhos, ela vem para devastar o coração que não bate mais por ti. Ela vem para arrebentar e fazer bombar o sangue que corre entre as veias cavas, só não se sabe se é sangue arterial ou venoso. Como fazes confusão nesse pobre coração já quebrado por ti... A tempestade que vem, às vezes, vem para acalmar, mas não é o caso. Esta sensação que só descontrola o físico e deixa uma completa depressão na mente embaixo do edredom que fica vagando procurando alguém que nunca trará surpresa.A cor dos teus olhos já não dizem nada, eles estão cheios de vazio. Um vazio que não cabe mais preenchê-lo, estragou o verão que fazia o sol nascer todos os dias. Os dias escureceram e com eles, levam-te embora daqui.
As verdades machucam, mas machucastes mais o coração que zelava por ti. Um cuidado que tu não destes. Agora não vens chorar, não será tuas lágrimas falsas e transparentes que irão trazer arrependimento. Não vens de mancinho beijar o pescoço e segurar os cabelos louros. De bobagem o músculo cardíaco já se encheu. Cabe a ti dar meia volta e ir andando devagarzinho, mas bem devagarzinho porque basta vinte segundos de coragem para te alcançar correndo.
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