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domingo, 21 de setembro de 2014
domingo, 14 de setembro de 2014
Beijo de sinaleira
Relembra comigo aquele dia em que te peguei num beijo forte, melado, trocador de rédeas antes de a sinaleira abrir. Beijo que fica, sinaleira que abre, tesão que vem, tempo que vai. Não existe prenúncio de sexo melhor que esse, você toda molhadinha no carro, na expectativa de chegarmos em casa e eu acabar contigo. Entre etapas a gente diluía o nosso tesão. Uma sinaleira aqui, uma garagem ali, um elevador acolá…
Dentro do carro eu te fazia sorrir só com as mãos, imaginando suas pernas trançadas na minha cintura, cabelo no rosto, te colocando contra a parede… Tudo fazia parte da cerimônia. Um beijo brincado, devagar, movimentos conscientes, mão atrás da nuca, barba roçando no seu rosto…
Hoje quero sexo com saliva. Daqueles sem nojo, sem dó. Que pede dizeres descarados bem pertinho do ouvido. Seu ponto fraco sempre foi o ouvido, já eu, sempre fui bom com a boca. Beijos acompanhados de mais beijos, acompanhados de outros beijos que assim formam um caminho do seu pescoço até a boca. Caminho necessário para eu me perguntar: para que beijar só a boca se eu tenho o corpo todinho?
Depois de curtir o que só uma aventura pode te proporcionar, espero seu sorriso ofegante com aquela carinha de quem viveu algo que não vivia faz tempo, me dizendo: de novo. Entusiasmado, brinco com o talvez, deixando claro que a minha intenção é puramente te dar um beijo em que eu consiga não deixar seus pensamentos voarem para outro lugar. Um voo necessário para levar esse talvez para longe e trazer a certeza que qualquer beijo gostoso pede. E, tenha certeza, isso não muda o nosso universo paralelo, só enaltece o nosso tesão mutuo.
Te quero cravejada de tesão na minha cama. No meu chão. No meu colo. Hoje eu te obrigo a sentir prazer. A rebolar e olhar-me como a safada que poucos conhecem. Vem cá. Deixa eu te comer todinha. Desce em mim. De boca. Me olhando. E saiba que, com certeza, não sou inesquecível, só cumpro o que o meu beijo te prometeu naquela sinaleira.
Texto de Frederico Elboni
sábado, 6 de setembro de 2014
Intrusa
A verdade é que, tanto lá quanto cá, estou me sentindo sem amparo, sem ninguém perguntando se eu estou bem E aqui, preciso perguntar para mim mesma. A diferença que lá mora minha mãe e não é feio pedir socorro para mãe. Aqui, nem isso eu tenho. Se chorou, ninguém ouve. Só tu, e isso incomoda... Incomoda tanto que tu fica até louca. Quer gritar. Aqui ninguém liga muito para ninguém. Se já tem um amigo, pra quê dois? Como é chato ser carente... Mas isso eu não digo pra ninguém, mesmo me sentindo uma bosta, sou forte pra quem perguntar. Deixa-me desabar quando chegar em casa, aí só a parede vira minha amiga. Eu encosto nela e recebo um abraço, gelado, mas faz cair na realidade.
Ninguém sabe o que é se sentir sozinha, só sabe quando vem esse sentimento à tona. Que coisa ruim, parece que o peito nunca se preenche. E ainda coloco a culpa na porcaria do amor, que nem para fazer o meu destino coincidir com o de algum ser. Ou sim? E eu não dei bola? Resumindo, tô querendo carinho, de quem quiser me dar...
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