Pesquisar este blog

sábado, 6 de setembro de 2014

Intrusa

Tô me sentindo que não tô no meu lugar, parece que não sou daqui. Que ninguém liga muito para o que a gente pensa... Tô sendo a estranha e entrei sem pedir licença. Sou a mal educada. Fico pensando, e não sei bem ao certo, o porquê que eu vim parar aqui, o porquê que decidi sair do meu lugar para ser intrusa em outro. Sinto que não fui recebida, que sou cachorro sem dono e ninguém quer ser meu dono. Olhando com outros olhos, até que é bom - não ter dono. Mas falta alguém "querendo" ser meu dono. E isso é totalmente diferente. Uma coisa é já ter dono e outra alguém querer ser, querer cuidar de ti, dizer que com ele tu és o centro do mundo, mesmo que seja só do dele. Mas ficar sozinha é tão triste...

A verdade é que, tanto lá quanto cá, estou me sentindo sem amparo, sem ninguém perguntando se eu estou bem E aqui, preciso perguntar para mim mesma. A diferença que lá mora minha mãe e não é feio pedir socorro para mãe. Aqui, nem isso eu tenho. Se chorou, ninguém ouve. Só tu, e isso incomoda... Incomoda tanto que tu fica até louca. Quer gritar. Aqui ninguém liga muito para ninguém. Se já tem um amigo, pra quê dois? Como é chato ser carente... Mas isso eu não digo pra ninguém, mesmo me sentindo uma bosta, sou forte pra quem perguntar. Deixa-me desabar quando chegar em casa, aí só a parede vira minha amiga. Eu encosto nela e recebo um abraço, gelado, mas faz cair na realidade.

Ninguém sabe o que é se sentir sozinha, só sabe quando vem esse sentimento à tona. Que coisa ruim, parece que o peito nunca se preenche. E ainda coloco a culpa na porcaria do amor, que nem para fazer o meu destino coincidir com o de algum ser. Ou sim? E eu não dei bola? Resumindo, tô querendo carinho, de quem quiser me dar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário