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domingo, 31 de dezembro de 2017

De mais de um


Oh gostosura que aparece de vez em quando na minha casa e eu agradeço todos os dias por ver seu sorriso quase que contagiante abrindo a porta quando eu chego de um longo dia de trabalho com a gravata arregaçada. E no sábado, tu sai do chuveiro semi-nua me fazendo sentir sensações involuntárias na calça. E dá vontade de te pegar, morder sem dor e beijar com dor. Mesmo com a toalha no cabelo, ainda agradeço. Agradeço quase todos os dias, porque tu és minha e de mais um cara. Não te culpo por amar nós dois, mas queria tu só para mim.
A gente não tinha nada sério, mas um dia tu pegou as chaves em cima da mesa e ficou. Simplesmente ficou com elas, mas tens a chave de mais um e a dele é de chaveiro de uma bola de futebol. Jogador que é jogador sabe que quando a garota pega a chave já ganhou o jogo, seu único movimento preciso é abaixar a saia dela e lamber seu pescoço.

E ela exala um cheiro de "quero mais", um cheiro de tesão, um cheiro que me deixa louco. E excitado. E doido. E louco. E com desejo.

"O que foi? Já irei secar o cabelo, vou só pegar um copo d'água".

E vai até a cozinha como se não soubesse o efeito que ela causa em mim...



Dose contente

A gente era feliz, só que não sabia.

O bar estava cheio e o menino do boné cor de rosa - ainda não sei porque ele está usando aquilo - estava trazendo a terceira dose de tequila.

Como cheguei naquele nível? Como o meu corpo não pifou ainda? São perguntas que eu não sei a resposta, pelo simples fato de que eu não estava pensando nisto naquele momento. Minha boca estava seca, estava pedindo por aquela dose.

Eu sabia que o azedo do limão passando pela minha garganta e pousando no meu estômago me fariam esquecer de vez - ou talvez por um tempo - do menino que me deixava feliz, só que eu não sabia.

A dose chegou. O meu sorriso falso se abriu de orelha a orelha e, em uma fração de segundos, uma pitada de sal estava no dorso da mão esquerda  e com a mão direita eu segurava o copo.

1, 2 e 3... E bebi. E esqueci. E fiquei triste. E sorri. E gritei por mais. E os olhos se fecharam.

O zumbido do bar me deixou tonta, as pessoas me lembravam dele. Todas elas se pareciam com ele. E eu só queria ficar com ele porque no fundo eu sabia que o que me deixava contente era ele.

Como eu disse quando comecei este texto, a gente era feliz, só que não sabia. Digo "a gente", em razão de que, provavelmente, ele também está triste, quer dizer, eu espero que sim. Pois sofrer sozinha seria duro demais para mim. Ainda mais em um bar cheio com pessoas cheias que me deixavam vazias por dentro.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Sofá

Quando eu acordei hoje, eu continuei deitado no sofá. Tinha chegado às 23h em casa e os pés cansados de andar quatro quadras me fizeram adormecer nele. Ele era grande o bastante para eu dormir parcialmente confortável. Mas meus pensamentos me incomodavam. 

Tu já parou pra pensar que algo tu provavelmente esteja fazendo errado?

Que morar sozinho não é desculpa pra viver uma vida deitado no sofá...

Dar desculpas que a cama está muito longe das tuas pernas e no outro dia de manhã, tu sabes que acordará com dor no braço esquerdo. 

Eram para serem perguntas, todavia, não gosto de pontos de interrogações. Porque tu sempre terá que respondê-los. Tendo ponto, tu, tu sabe né?, simplesmente finge que não são perguntas, mesmo que o tom esteja sinalizando que sejam. 

Bom, continuarei não respondendo-as, pois ainda estou "naquela fase" que dar desculpas é mais fácil do que fazer algo de útil. 

Perdoem-me quem é pro ativo, perdoem-me quem vive suas vidas melhores que eu, mas eu prefiro dormir parcialmente confortável e no outro dia - quando acordar - rir da merda da minha escolha.