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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Guria levada

Era tudo tão arriscado, tudo tão perigoso. Eram só férias, só diversão, só bebedeira, só noite sem descanso. Era meu tempo de brilhar, eu não me importava de andar de biquini e cabelos cor de rosa, era divertido, era encantador. As luzes piscando para mim e eu piscando de volta, o sorriso era branco e a mão ocupada com o copo vermelho. Era empolgação, música invadindo os meus ouvidos e fumaça saindo pela minha boca.

Resolvi trocar de música, apertei o botão do teclado do computador, era enorme e as caixinhas de som pulsava por causa do volume alto, mas não fazia diferença. Ouvi uma voz berrar de dentro.
"O que estás fazendo, guria levada?" mais gesticulando com as mãos do que com a boca.
"Levada? Um pouco só..." e ri a beça.
"Ninguém mexe nisso, só eu."
"Só você?" estacionei minha mão no seu peito esperando o sinal verde.
"Bah guria levada, não sabes o que estás fazendo... E essa música que me endoida? O que vais fazer a respeito?"
Pediu, eu atendi. Deu o sinal verde e acelerei, acelerei em direção a sua boca. Minha língua fazendo o movimento de máquina de lavar pifando combinava com a sua úmida, sua mão embaixo dos meus seios queriam mais e mais. Você beijava bem, quase pensei alto, mas minha boca estava ocupada.
"Já fiz" respondi sua pergunta depois de um bom tempo. E sai de cena.

Fui ver o mar, a imensidão que tem fim, mas os olhos não alcançam. O vento assoprava na minha nuca ou era você de longe? Virei-me quase de imediato e não vi ninguém, ri sozinha e acendi um cigarro mentolado. Tão ruim que foi Diabo que criou ou o homem seria o certo?! Traguei sem respirar e soltei, repeti e mergulhei no mar... E esqueci de voltar a superfície. Era tão escuro e silencioso lá...

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