Era pra gente ser a gente e pronto, sem mais nem menos. Sem erro, sem farelo, sem vírgulas. Atropelando tudo que estivesse ao nosso caminho, na nossa estrada que iriamos caminhar de mãos dadas, até quando as nossas mãos estivessem suadas. Era. Sublinhando em negrito o verbo ser no passado. Era, porque se foi. Poderia estar escrevendo como tu me deixava bem quando estava do meu lado, mas não ligo para isso agora. A melhor parte de mim se foi, se foi e não sei se tem previsão de volta. E agora o que direi? Poderia também dizer todos os teus defeitos fulos, mas pra quê se o ponto final já fora colocado? Então eu faço assim, eu sento e choro. Daí me levanto, espio pela cortina e vejo se o dia está bonito, se estiver chovendo eu faço o que estava fazendo: sento e choro. Repito e se estiver bonito, eu levanto, calço os sapatos e caminho pela rua, quem sabe comer um cachorro quente e lembrar de como tu sempre deixava um pouco de ketchup no canto da boca. E eu limpava com um beijo.
Ôh beijo que era bom, que me arrepiava. Ôh beijo que me lambuzava toda, que eu te chamava segurando tua camiseta para mim, pedindo mais. Não era o suficiente. Ôh beijo que me levava nas alturas e depois voltava pra terra. Beijo teu quero todo dia, toda noite, toda madrugada, a cada dois minutos.

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