“Está aonde?”
“Na estação, mas não tem mais metrô”
“Ok, estamos passando aí. Espera. ”
Nós três no carro e a decisão de ficar sozinha contigo nem foi me
apresentada. Simplesmente fiquei a cargo de levar o garotão para casa. Papo
vai, papo vem e teus olhos cruzaram com os meus. Foi como se uma chama estivesse se apagando e ao cruzar nossos olhos ela se reascendesse. E daí pra frente são
apenas flashes na minha mente. Que ainda espera por mais de ti – relatarei antes
que me arrependa.
Sou capaz de sentir o peso da tua mão sobre a minha coxa. Que mão forte,
pesada... Mas eu não ligava nem um pouco. Em seguida, escutava tua respiração
ofegante enquanto se empenhava em sugar meu pescoço com a mesma vontade de um
lobo ao sugar, até a última gota, a vida de sua presa. Como era bom o teu
cheiro: cheiro de homem, de decisão, de quem sabe – bem – o que quer. E como
esquecer o tom da tua voz? Impositiva, bem colocada, autoritária, sentindo-se o
dono da situação.
“Para ali! ”
Obedeci como presa. Parei, recheada de segundas, terceiras e piores
intenções. As risadas foram frouxas, pois apesar de querermos explicações todas
as nossas perguntas deram espaço para algo mais forte: o desejo que eu tinha de
ti e o seu por mim.
“Gostosa...”
Foi assim, me comendo com os olhos e me chamando de gostosa por vezes a
fio que eu me vi entregue, beijando-te e te segurando firme. Tu falavas
ofegante que queria me comer, ali, daquele jeito. E eu, confesso, teria
deixado, mas não tinha como. Era essa minha visão: tu nu no meu carro, um homem
feito e naquele momento sem defeitos... Só pra mim.
Aproveitei e te mostrei como se trata um cara feito tu, com a boca fiz
tu ir visitar a lua, coloquei-te para contar estrelas e te fiz uivar. Feito
lobo em dia de lua cheia.
Essa fêmea era eu. E eu estava ali. Sua. Mostrando para ti que sou bem
mais do que tu jamais pudesse ter imaginado... E sabe como eu sei que fui tão
bem? Pois foi tu que entregue ao prazer disse que nunca tinha sido chupado como
há poucos instantes. Me lembro ainda de nem lembrar que as horas passavam,
queria mais era estar contigo por uma eternidade, se fosse possível. Você não
alcançou o teu objetivo e mesmo assim foi bom. Afinal, foi frisando que “isso
não terminou por aqui” que tu saíste do carro e me deixou ali, pronta para ir
para casa com o teu sabor ainda nos lábios...
Foi bom saber que sou desejada, mas melhor do que isto é saber o
fascínio que eu provoco em ti, e como te deixei louca sem ao menos tu ter me
mostrado nem de perto a metade do homem que tu dizes ser. Enfim, eu só posso
comentar daquilo que já provei. E tu, como homem, ainda tem muito mais a
exibir.
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