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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Quem tu és?

Tá faltando aquela conversa gostosa, que tu perdes horas, boas, com a pessoa. Só pra saber mais um tiquinho sobre ela, só pra entender mais um pouquinho do que ela gosta. Tá faltando um gesto de respeito, um amorzinho de educação aqui e dali. Aquela sensação de que tu estás no interior e não na capital.

Isso acontece porque quando tu estas na cidade grande tu és simplesmente um ser, um ponto, uma mancha, ninguém sabe quem tu és... E querendo ou não, vale perguntar... Tu sabes quem tu és? Paro e penso. Ando e paro. Abro a boca e não sai palavra. Fecho-a e não sei mais de nada. Com dezoito anos, tu és pequena. Pequena que pode virar gigante. Uma mancha que pode virar pintura! Se nem tu descobriu-se ainda, quem dirá os outros. Ah, essa vontade que a gente quer que tudo aconteça o mais depressa possível para gente aproveitar o máximo, mas isso leva tempo... Leva tempo criar laços, ainda mais quando a fita tem milhares de metros e nossos braços são tão curtos. Mas não fique desapontada, não tire o sorriso da cara. Aumente-o e faça-o valer a pena.

Não será amanhã que tu descobrirá quem tu és, demorará, quem sabe até, tu nunca saberá... Mas isso a gente vê né. É só ter ambição, ambição de ser além do que tu és neste momento e ter os olhos arregalados para quando surge qualquer oportunidade e se vier ruim, transforme-a em boa. A cidade pode ter mudado, as pessoas, a cama, mas tu não! Tu sabes disso.

E se não encontrar aquela conversa gostosa, aquele "quero mais", dê bom dia para a próxima pessoa que passar na tua frente. Destino é uma coisa curiosa. Até mesmo na cidade dos antipáticos.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Quilômetros

Disse pra ti mil vezes para não se preocupar, que eu iria e voltaria, que eu continuaria a te amar até mesmo longe. Te dei todas as palavras para tu confiares em mim, mas tu não quisesse. Deixastes o pássaro meu voar e ele perdeu-se do caminho. Eu falei, mas tu não quisestes esperar. E como de costume, o orgulho falou mais alto e aí mesmo que me "perdi" de vez. Esqueci de voltar, pois quando eu te vi, tu já estavas agarrado nos braços de outra. Daquela jeito que tu fazia comigo, abraçava-me como se estivestes segurando o mundo. Mas agora o mundo era ela. E que nem pássaro com a asa ferida, segurei-a e fui devagarzinho pra não doer mais.

Aquela mania de fazer um coque e entrar na banheira contigo. De sentir a água quente esquentando o meu corpo gelado. Aí tu chegava por trás e me dava um beijo no ombro... E eu relaxava, sentia que estava segura. Daí tu mergulha e me molha, sorri e brinca. E eu fico juntinho a ti... gostando de ti. Infelizmente, isso tudo acabou. Acabou por causa de muitos quilômetros! O banho virou no chuveiro, até cada um tomar o seu. Porque quando tu ias tomar na banheira, quando eu estava longe, ela ia. Provavelmente tu dava um beijinho no ombro dela e sorria e brincava... E amava ela mais do que eu. Que coisa triste...Eu não estava aí né, tu sentiu saudade de beijar na boca e escolheu ela porque a cor do olho é a mesma que a minha. Mas deixa pra lá, tomarei banhos com outro também. Alguém que saiba me valorizar.

domingo, 6 de julho de 2014

Beijo bom


Tem que deixar chover, tem que deixar lavar, a chuva é uma junção de "não querer" com "precisar". No amanhã a gente só sabe que irá ter Sol, então deixa o hoje ser hoje. Abra um sorriso e beije seu homem. E se não tiver homem, vai de mulher mesmo. Vai de irmão, de irmã, de amor que não foi correspondido. Beija só por beijar. Mas beija! Na bochecha, de surpresa, no pescoço e até na testa. Beija no joelho, na perna, no corpo inteiro. Ah! Beijar é tudo de bom! É liberar endorfina, esquentar o clima e aliviar o stress. É acreditar no amor, mesmo não tendo nenhum pra contar história. É não morrer vivendo.

Às vezes, eu te olho e sinto uma vontade de te ter. Mas quando tento pegar tua mão, ela foge do meu campo de visão. Daí fica nesse vai-e-vem, nessa brincadeirinha que me enche de algo que não faço ideia. Eu não queria admitir que gosto de ti, que tenho um carinho enorme em querer tu sempre do meu lado. Mas então, peço para estes pensamentos saírem da minha cachola, mas por que eu olhei pra frente? O teu cabelo  molhado loiro dourado brilhava mais com o encontro do Sol, parecia que surgia um arco-íris na tua cabeça. Fazer o quê, o pensamento teimava a voltar. E escapou:
"Tu sabe que eu gosto de ti né?"
E ele ficou surpreso, mergulhou na água gelada e voltou me assustando.
"Sei. E tu, sabe o que eu sinto?" ele respondeu.
"Não."
E o garoto voltou a mergulhar, aquele silêncio que só se podia ouvir a onda batendo na areia e voltando me incomodou. Incomodou-me até demais.
"Gosto bastante de ti" ele finalmente me disse.
E sei lá, acho que o céu ficou mais azul, o mar mais azul e meus olhos mais azuis. Porque pude sentir que o meu coração ficou aliviado, parou de bater e voltou na mesma intensidade. Eu estava mais leve e meu sorriso insistia em ficar no rosto movimentando possíveis até 53 músculos. E naquele instante, eu queria ter todos os benefícios que trazia o beijo. Queria sentir os lábios salgados do garoto loiro que já conhecia fazia um bucadinho de tempo e só soube pela boca dele que ele gostava na mesma energia que eu. Mas esperei qual próximo passo ele daria.

E com surpresa, ele se aproximou de mim. Meu cabelo longo flutuava na água. Eu - sem experiência - fechei os olhos e fiz biquinho. Senti ele chegando cada vez mais perto de mim, podia ouvir sua respiração. E e eu, perdida nos meus pensamentos, angústias e poucos medos que se me dessem vinte segundos tornavam-se coragem, ele encostou o lábio no meu e sem agradecer a ninguém... Nos beijamos.

Eu senti tudo, tudo tudo e tudinho. Depois de horas de pesquisas, de ensinamentos e conselhos de como beijar na boca (bem), eu esqueci de tudo. E fui pelo momento, fui pela minha intuição, fui pelo coração... Devia ter sido automático porque eu não consegui pensar em nada. Nem vi meu braço se enroscando no corpo suado do garoto. Nem vi se o Sol sorria pra nós e desejava o melhor. Nem vi nada, mas senti tudo. E tudo digo tudo. Ele me soltou e num passe de mágica, num olhar brilhando... Pude ver amor dentro dele.

sábado, 5 de julho de 2014

Tu eras

Eu queria dizer as coisas que tu me fez bem, as coisas que tu meteu com gosto e com doçura, as coisas que tu me fez ficar com água na boca. Eu queria dizer o quanto tu és experiente, um cara maduro, forte e bem instruído para vida. Dizer que tu foi um dos melhores...
Mas como? Se as palavras saírem da minha boca, estarei mentindo. A tua falta de competência faz com que eu vá a procura de outros caras mais maduros, mais bonitos e menos tu. Faz com que eu prefira beijar outras bocas, outros pescoços. Se a gente pudesse ter feito tudo diferente, eu fingido que gostava e tu fingido que sabia fazer direito. E se a gente não fosse tão verdadeiros, poderíamos ter sido o casal dos sonhos. Dos outros. E "se" não é mais hipótese.
E se tu tivesse colocado o dedo na minha boca... E se eu tivesse delirado... E se eu tivesse brincado mais contigo... E "se" já foi e não volta mais.

Tu eras um cara legal, a gente sabia conversar porque tínhamos assuntos em comum, já que eu ia pra festa e tu escutava música, já que tu jogava bola e eu gostava de jogadores, já que eu era vidrada em séries e tu assistia televisão. Mas depois de um tempo, a gente só conversava coisas óbvias como se o café já estava pronto ou não, o quanto incomodava nenhum querer lavar a louça ou "hoje não, porque eu tô cansada(o)". Mas esse é o problema dos erros: as vezes eles beijam bem, são cheirosos e tem pegada. Mas é necessário respirar fundo e ir mais além, pensar que cheiro bom não traz felicidade. Apenas alegria momentânea.