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sábado, 3 de maio de 2014

Rabo de cavalo

Tu me me olhavas com estes olhos de cachorra no cio, com estes olhos azuis da cor do céu me pedindo cuidado, um zelo tamanho que precisei segurar teu rosto e dizer que tu eras linda, a mais linda de todas as gurias do mundo. Daqui. De lá. De qualquer lugar. E daí tu sorriu, clareou o quarto escuro e passastes a língua nos teus lábios e me chamastes para um beijo, eu aceitaria até se fosse meio beijo. Puxei-te a mim e não esperei tu vires. Agarrei teu rosto e te trouxe como se fosse raio, nossas línguas eram fogos de artifício, eu era.

Se fosse preciso descrever a felicidade, eu falaria que eras tu. Que era a cor do teu cabelo e o branco dos teus dentes, que era o cigarro na tua mão indo de encontro aos teus lábios rosados e a fumaça que saía deles. Descreveria que era a roupa que tu não usava, a calcinha preta de renda que estava no canto da cama e a tua cabeça no meu ombro. Comentaria também que felicidade era tu do meu lado ou em cima de mim me cobrindo com o teu cabelo cheiroso. Da minha barba roçando teu rosto lisinho e tua mão se perdendo no meio caminho... 

Já estava amanhecendo, não queria que tu fostes embora, mas tu se levantou de mansinho. Eu observava com o canto do olho. Tu procurou tua saia, tua blusa e o chinelo. Vestiu-se como uma boneca e fez um rabo de cavalo. Ah, se eu puxasse esse rabo... Teu grito ecoaria no quarto de poucos metros quadrados e de certa pediria bis e calaria a minha boca com um beijo-sorriso. Eu iria na onda, puxaria de novo e tu gritaria mais uma vez, mas agora sem o beijo. E eu ficaria louco. Oh, se ficaria louco...


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